O lucro e o prejuízo do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Quem paga a conta?
Os diários porto-alegrenses de hoje destacam o lucro semestral do Banrisul, divulgado ontem, com retoques de orgulho, pela direção da instituição, cuja indicação é político partidária.
Foram revelados números alvissareiros. O lucro de janeiro a junho de 2008 foi de R$ 308,2 milhões, incluindo efeito de créditos tributários, somando R$ 86,2 milhões, caindo, aí, o superávit para R$ 222 milhões, leio na página dez do Jornal do Comércio de hoje.
O que o JC de hoje não fala, mas já mencionou, é o quanto o Banrisul custa aos 5,6 milhões de gaúchos que geram renda (número arredondado). Custa 5% da receita anual do Estado, até 2018, uma acordo celebrado por Britto e FHC, quando do Proes, em 1997. Este valor, em 2008, ficará ao redor dos ... R$ 960 milhões (a receita na casa dos R$ 19,2 bilhões). Outros 7,5% o Estado - os gaúchos ou residentes no RS - pagam à União por conta de outras dívidas.
O número de 5% da receita do Estado para manter o Banrisul aberto aparece uma vez ao ano, quando aparece, nos diários, ao o governo apresentar aumento de tributos. Ocorreu em novembro do ano passado, quando a governadora tentou elevar as alíquotas de itens "não essenciais", como energia e combustíveis. Já estão na casa dos saqueadores 25%. Queriam 30%.
Numa linha, perdida no meio de uma página par, ao discutir-se o aumento, foi citado o custo-Banrisul, os tais 5% que todos pagam - como sócios à força, compulsórios - para o banco manter suas portas abertas.
Por que o JC não faz jornalismo e publica, junto com o lucro do banco estatal, seu custo para os gaúchos? - que deveriam dividir, entre si, nas suas contas bancárias, o lucro. Afinal, já são sócios no prejuízo.
Então, já que os diários e outros media, como rádio e TV, não vivem sem os anúncios do Banrisul - incluindo a dupla Gre-Nal - este modesto redator, do mensário Folha do Porto, traz a lembrança, citando um diário que já mencionou o número, embora não o tenha convertido em valores absolutos.
Assim, o Banrisul custou aos gaúchos, no primeiro semestre, R$ 480 milhões e o banco lucros no teto R$ 302,8 milhões, um déficit, no financiamento compulsório, de R$ 177,2 milhões (fiz a conta certa? - assim, no olho, sem lápis e papel).
Ano passado todo o Banrisul lucrou 916,4 milhões, tendo transferido ao Tesouro, 18,57% disso (faça a conta), que bancou, em 2007, uns R$ 850 milhões (o orçamento do Estado ficou nos 17 bi e alguma coisa de reais).
Assim, além de ouvir o que a direção tem a dizer, os diários poderiam fazer jornalismo e mostrar ao distinto leitor os números que sustentam, mesmo, o banco. Por sinal, contratou despesas de R$ 97,4 milhões sem cobertura legal. A promotoria, em vez de indiciar por crime os responsáveis, contentou-se com um "ajuste de conduta", que não dá a quem faz gato de luz ou admoesta políticos, na crítica democraticamente justificada.
Cumpre, também, neste momento de euforia, lembrar o que disse o secretário gravado pelo vice-governador, quando a ele lembrou que o Banrisul "sem as consignações" é inviável. As consignações são os compulsórios 5% do povo dados ao banco, que, na sua publicidade afirma-se como "o grande banco dos gaúchos". Não há dúvida. Mas eles nunca são sócios no lucro. Só no prejuízo.
É a ditadura civil da classe política. Eleitos, concursados e empresas estatais (uma contradição nos termos).
Até a próxima e de olho na sua despesa. A do governo, financiada pelo que toma à força (violação moral da vida de cada um, pois o dinheiro é propriedade, fruto do trabalho, indissociável da vida individual).
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Falso lucro do Banrisul
Hoje, 13/02/2008, o banco estatal do Rio Grande do Sul, Banrisul, anunciou lucro líquido de R$ 916,4 milhões em 2007, um recorde histórico, quando a instituição completa oito décadas. O patrimônio líquido fechou em R$ 2,79 bilhões. Era de R$ 1,29 bilhão até a venda de ações, uma capitalização ocorrida no ano passado, autorizada pelo Legislativo estadual.
O resultado operacional "é um orgulho para os gaúchos" avaliou a paulista governadora Yeda Crusius (PSDB).
Sim, sem dúvida, é um orgulho que custa, aos gaúchos, R$ 1 bilhão ao ano, ou 5% da receita anual do Estado, um acordo fechado em 1997 entre Britto e FHC para salvar o banco, falido como os demais bancos estatais, após o fim da inflação. O pagamento pela salvação do estatal vai até 2018 - se este redator não se engana.
Assim, faltou as autoridades lembrarem aos gaúchos orgulhosos que, orgulhosa e gabolamente, pagam à União, R$ 1 bilhão ao ano, em valores de 2007, para o banco ter um resultado de R$ 916,4 milhões.
Assim é fácil apresentar resultados inéditos de lucro. Sem dúvida, este foi o maior resultado da falida instituição, que está de pé, porque o povo à sustenta à força nos impostos. Se não fossem impostos, se espontâneos, não caberia o "à força". Como são. Muito menos se chamariam "impostos". Mas a semântica é violada diuturnamente pela política.
Os 5% da receita do Estado pagas à União pela salvação da banca estatal só são lembrados quando se discute o orçamento do Estado e em casos de aumento de tributos, como recentemente, no final de 2007. Nem sempre o número é lembrado pelos burocratas, políticos e jornalistas.
Muito menos é lembrado na falsa festa da super lucratividade.
O banco ficou devendo, aos gaúchos orgulhosos, a diferença, ou R$ 83,6 milhões. Para falar só deste ano. Há dois anos, o lucro anual foi de uns R$ 370 milhões frente aos cerca de R$ 800 milhões (os 5% à época).
O patrimônio líquido de R$ 2,79 bilhões é anulado em menos de três anos pelos 5% do dinheiro de todos os gaúchos que financia a salvação da banca estatal.
Enquanto isso, o orçamento estadual terá um déficit de R$ 1,3 bilhão em 2008. Se o Banrisul tivesse tomado o destino dos demais; se não fosse um "orgulho para os gaúchos", então não haveria déficit.
E nem vamos falar dos ressarcimentos determinados pela Lei Kandir, que nem o presidente do partido dele (FHC) cumpriu. Que o sucessor não cumpre e que a chefia de sua casa civil já disse que não vai cumprir.
Quem é do governo pode tudo. Somente votar não basta, para sair de uma ditadura civil de eleitos e concursados.
O resultado operacional "é um orgulho para os gaúchos" avaliou a paulista governadora Yeda Crusius (PSDB).
Sim, sem dúvida, é um orgulho que custa, aos gaúchos, R$ 1 bilhão ao ano, ou 5% da receita anual do Estado, um acordo fechado em 1997 entre Britto e FHC para salvar o banco, falido como os demais bancos estatais, após o fim da inflação. O pagamento pela salvação do estatal vai até 2018 - se este redator não se engana.
Assim, faltou as autoridades lembrarem aos gaúchos orgulhosos que, orgulhosa e gabolamente, pagam à União, R$ 1 bilhão ao ano, em valores de 2007, para o banco ter um resultado de R$ 916,4 milhões.
Assim é fácil apresentar resultados inéditos de lucro. Sem dúvida, este foi o maior resultado da falida instituição, que está de pé, porque o povo à sustenta à força nos impostos. Se não fossem impostos, se espontâneos, não caberia o "à força". Como são. Muito menos se chamariam "impostos". Mas a semântica é violada diuturnamente pela política.
Os 5% da receita do Estado pagas à União pela salvação da banca estatal só são lembrados quando se discute o orçamento do Estado e em casos de aumento de tributos, como recentemente, no final de 2007. Nem sempre o número é lembrado pelos burocratas, políticos e jornalistas.
Muito menos é lembrado na falsa festa da super lucratividade.
O banco ficou devendo, aos gaúchos orgulhosos, a diferença, ou R$ 83,6 milhões. Para falar só deste ano. Há dois anos, o lucro anual foi de uns R$ 370 milhões frente aos cerca de R$ 800 milhões (os 5% à época).
O patrimônio líquido de R$ 2,79 bilhões é anulado em menos de três anos pelos 5% do dinheiro de todos os gaúchos que financia a salvação da banca estatal.
Enquanto isso, o orçamento estadual terá um déficit de R$ 1,3 bilhão em 2008. Se o Banrisul tivesse tomado o destino dos demais; se não fosse um "orgulho para os gaúchos", então não haveria déficit.
E nem vamos falar dos ressarcimentos determinados pela Lei Kandir, que nem o presidente do partido dele (FHC) cumpriu. Que o sucessor não cumpre e que a chefia de sua casa civil já disse que não vai cumprir.
Quem é do governo pode tudo. Somente votar não basta, para sair de uma ditadura civil de eleitos e concursados.
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