segunda-feira, 5 de março de 2007

Mito e perda de tempo


O convite da prefeitura não foi praticado na primeira
reunião, a da região da cidade mais sujeita à
intervenção coletivista da prefeitura.
Quem foi à Câmara de Vereadores de Porto Alegre na noite de hoje (o5/03), às 19h30min, encontrou o pequeno salão do plenarinho lotado (uns 60 sentados, outros tantos de pé; 40% funcionários públicos, sob forte calor - o ar-condicionado não foi ligado, embora já estivesse pago). Quem foi, lá, pensou que iria "falar" sobre a revisão do Plano Diretor da cidade, conforme a propaganda oficial da prefeitura municipal de Porto Alegre, paga, aliás, com o extorsivo caudal de tributos obtidos de todos.


Quem foi lá, acreditou nas palavras do secretário municipal de Planejamento, que, a 15/12, em coletiva à imprensa, falou em uma discussão "participativa, democrática", aberta, enfim, a todos.
Ocorre, que, nesta noite, somente o secretário falou. E, assim, será, nas demais sete noites, das outras sete "regiões de planejamento" (nome dado pela ditudura civil da classe política, os eleitos e concursados) em que eles esquartejaram a vida da cidade.


O povo é chamado para debater, para "falar". Só quem fala é o secretário, que, meramente, apresentou a proposta liberticida e por demais interventora da tecnoburocracia estatal, os aprendizes e executores de nacional-socialismo.

Se fosse para ocorrer, realmente, um debate "participativo, democrático", como eles gostam de encher a boca para dizer, então, a proposta de revisão do PD deveria ser, antes, amplamente divulgada na sociedade. Em vez de a prefeitura gastar em publicidade nas rádios, tvs, jornais, ônibus, ela deveria distribuir a proposta, que custaria uns R$ 2,00 a cópia em CD-ROM para toda a cidade. Afinal, até os pobres poderiam "abrir" os arquivos nos tais "telecentros" disponíveis.
A intenção não é debater. Como é que as pessoas irão debater em algumas reuniões, em menos de dois meses, o que técnicos, como engenheiros e arquitetos, debateram "exaustivamente por um ano", como disse o titular da pasta do suposto Planejamento?

Mas a burocracia estatal não está interessada em participação, muito menos em democracia (embora esta faça a glória de coletivistas como o titular de Planejamento, ex-quadro fundador do PT).

Hoje, ele está no PDT (ceteris paribus).

Ao anunciar, a 15/12, o calendário da participação, ele falou somente em oito datas nas regiões e em uma data final, 21/04. Sábado, feriado. Que ele acha a mais adequada.

Não houve orientação aos jornalistas, para que divulgassem, à população, que ela deve procurar os fóruns (este redator prefere "fora", plural de "forum") de suas regiões. Logo, investiu-se na exclusão, sob o embuste de a participação.

Você está surpreso?

Este redator, não!

Afinal, ele acompanhou, por anos, as assembléias do orçamento participativo, mecanismo petista para abalar a democracia e fingir que o povo decidia.
Ao falar, na noite de 05/03, sobre a tal de participação, o titular petista-pedetista, velho e neo-trabalhista, do Planejamento, referiu-se à "prefeitura", como "abstração", dizendo preferir que "a cidade" opine. Trocou a abstração menor pela maior.
Você se surpreende?

Agora, o pior.

O governo do comunista José Fogaça, prefeito-poeta, quer reduzir de 54 metros para 27 metros a altura dos prédios na mais procurada região da cidade, são 16 bairros, os mais próximos ao Centro, a maioria. Os mais valorizados. E quer, por outro lado, aumentar para 42 metros a altura em uma região degradada, baixa, sujeita a alagamentos, o 4° Distrito, também próximo ao Centro.

É o delírio intervencionista. Pensam eles que podem mandar as pessoas para cá e para lá.

Os burocratas e eleitos da prefeitura deram vez e voz ao pior tipo de xenofobia existente. Não aquela de alemão contra inglês, ou de brasileiro contra argentino.


Não!

Mas aquela de morador do bairro Menino Deus, contra o do Cristal. Etc. A bairrofobia, adubada pelo governo. Há grupos, em alguns bairros, típicos de classes média e alta, que vociferam contra os prédios altos. Eles não querem mais vizinhos. Eles não querem que as pessoas tenham mais luz, mais ar, mais espaço de estacionamento, nem mesmo mais área de lazer. Eles simplesmente querem que a cidade fique congelada, parada, no tempo e no espaço. Mas concordam, com a prefeitura, que outras regiões, como o Quarto Distrito, ora decadente (antiga zona industrial e de armazéns comerciais), recebam novos prédios.
Horror! Horror!

Há mais, fica para outro dia.

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